A palavra competência aparece, frequentemente, escrita em documentos de natureza
variada e é usada, cada vez mais, no discurso oral, sugerindo um significado simples e
linear. Umas vezes parece ser redutora no sentido da estruturação de qualquer perfil de
formação e ou educação, outras vezes utiliza-se com cautela, procurando distingui-la de
outros conceitos que partilha na construção dos mesmos perfis educativos e/ou formativos.
Constata-se um sintoma na utilização da palavra competência que a projecta numa
perspectiva dicotómica, quanto à caracterização do indivíduo, na oposição entre
competente e incompetente. Entretanto, quando se apela à formação dos indivíduos tendo
por finalidade o desenvolvimento de competências evidenciam-se as indefinições,
multiplicam-se as discussões, crescem as indecisões, alastram as confusões e, por vezes,
evidencia-se a ingenuidade (talvez, devido à simplificação de actos que não aguardaram o
amadurecimento de atitudes) na geração das sinomias de conceitos; o problema torna-se,
então, complexo. Com este artigo pretende-se desenvolver uma curta reflexão sobre o
conceito de competência, questionando o seu significado, na procura do estabilizar; depois,
confronta-se este conceito com o de conhecimento, transportando, por fim, a questão
para os profissionais da docência ? os professores. Deixa-se em aberto a discussão e reflexão
sobre esta matéria, parecendo útil não se acrescentar qualquer excerto conclusivo.
Assim, após uma curta introdução, organiza-se o texto em três pontos: (1) discussão
em torno do conceito de competência, (2) confronto entre conhecimento e competência e (3) a competência na formação de professores.; peerreviewed